A MAGIA DA MATEMÁTICA

Matemática – CPAR

Silva, W. A.

Introdução

 Nesse trabalho, temos como objetivo apresentar uma oficina que tem proposta promover uma discussão a respeito da viabilidade, potencialidades e/ou limitações do uso de mágica em aulas de Matemática. Essa oficina faz parte da Frente de Atuação Saber- Crescer, cujo objetivo é desenvolver de forma diferenciada conteúdos de Matemática, a partir das Tendências em Educação Matemática, com alunos que apresentem habilidades/interesse pela disciplina.

Esta Frente de Atuação é parte das atividades do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Paranaíba, em parceria com a Escola Estadual José Garcia Leal.

 

Desenvolvimento

 

Muitos truques de mágica baseiam-se em conceitos da Matemática e podem ser realizados para despertar o interesse também pela Matemática na medida que é ela a técnica que tem que ser “dominada” para executar o truque de mágica.

Assim, pretende-se desenvolver a oficina através de atividades distribuídas em três momentos. No primeiro momento será reproduzido dois truques que envolvem Matemática:

 

O número pensado

A mágica do número pensado possui seus princípios nas expressões algébricas. Para a realização da mesma são dados os seguintes comandos:

– pensar em um número inteiro;

– multiplicar por 5;

– adicionar 6;

– multiplicar por 4;

– adicionar 9;

– multiplicar por 5.

Após a realização das operações, a pessoa que está realizando os comandos fala ao mágico o resultado final obtido e o mágico adivinha o número pensado.

Para explicarmos melhor como foi realizada a mágica, representamos por x o número pensado. Logo, qualquer número pensado estará na forma 100x + 165. Através desta expressão e do resultado da pessoa que realizou os comandos, o mágico saberá o número.

 

Truque do calendário

 

O mágico entrega a algum espectador a página de um calendário. Solicita que escolha mentalmente três dias consecutivos, mas que não os revele. Em seguida pede que calcule a soma desses três dias. Ao final, o valor da soma deve ser informado ao mágico.

Para entender o truque matematicamente basta entendemos que uma sequência de três dias consecutivos tem a seguinte forma: d – 1, d, d + 1. A soma desses três termos com certeza é 3d. Sendo assim, ao dizer a soma o espectador estará revelando o triplo do 2º termo. Portanto, basta dividir por 3 a soma revelada para “adivinhar” a data “d” e, consequentemente, a sequência de três dias.

Seguindo para o segundo momento, os participantes serão divididos em grupos para discutir e desvendar as mágicas exibidas, segundo Sampaio (2008) “isto estimulará a habilidade da descoberta e a desenvoltura em realizar operações aritméticas simples”. Em seguida as descobertas serão socializadas através de apresentações dos grupos para os demais participantes.

Com a descoberta das mágicas “nas mangas” prosseguiremos para o terceiro momento que consiste no estudo, reflexão e discussão dos conceitos matemáticos que podem ser explorados através da atividade proposta.

 

Referencial Teórico

 

Os truques de mágica em todos os tempos encantam a todos, sejam crianças ou adultos. Sabemos que sempre há uma explicação racional para os truques apresentados pelos mágicos, assim, procuramos então buscar truques de mágica que pudessem ser explicados pela Matemática para planejar e desenvolver as atividades com os estudantes.

Oliveira, Mascarello, Grando e Andreis, (2013) trazem uma contextualização histórica da mágica, mostrando que na Europa, a visão religiosa era contra os truques ilusionistas, o que fez com que ela demorasse a ser difundida, pois os que praticavam tinham sua imagem ligada a coisas sobrenaturais ou eram acusados de ter pacto com o diabo, sendo perseguido pela inquisição.

Na atualidade, sabemos que o que existe e uma grande destreza das mãos, criatividade e habilidade de ilusão. O ilusionista possui uma arte de desviar a atenção da plateia criando uma ilusão de ótica, que encanta o público pela curiosidade e pelo fato de prestigiar o que parece ser impossível.

Nesse sentido muitos truques de mágica baseiam-se em conceitos matemáticos e podem ter um grande potencial de despertar o interesse também pela disciplina e dominar a técnica é crucial para execução do truque.

Mediante a isso podemos analisar que a utilização da mágica como recurso pedagógico possibilita, através da discussão de conceitos matemáticos, um olhar de prazer a respeito da Matemática, despertando o gosto dos alunos para aprender.

 

Considerações Finais

 

A utilização de mágicas como recurso pedagógico estimula o gosto dos estudantes para aprender Matemática, tornando as aulas mais prazerosas.

A partir das atividades que serão desenvolvidas vamos discutir conceitos matemáticos aliando o prazer ao ato de aprender.

É sempre desafiador trabalhar com métodos diferentes visando o envolvimento dos estudantes e a busca da superação das dificuldades.

Espera-se que o trabalho com mágicas contribua para o desenvolvimento de competências e, principalmente, nas relações que conseguiram estabelecer entre a Matemática com as questões de seu cotidiano.

 

Palavras chaves: Matemática – mágica – Saber-Crescer

 

Referências bibliográficas

SAMPAIO, J. C; MALAGUTTI, P. L. Mágicas, matemática e outros mistérios. São Carlos: EdUFSCar, 2008.

 

OLIVEIRA, Tassiani Jorge de; MASCARELLO, Thiago Henrique; GRANDO, Cláudia Maria; ANDREIS, Rosemari Ferrari. Matemática: (re) significando saberes, construindo cidadania. Revista Pedagógica, Chapecó, n. 30, v. 1, p. 649-666., jan./jun. 2013. Acessado XX EREMAT – Encontro Regional de Estudantes de Matemática da Região Sul Fundação Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Bagé/RS, Brasil. 13-16 nov. 2014. 587 em mar. 2015. Online. Disponível em: <http://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php /pedagogica/article/viewFile/1586/905>. Acesso em: 19 de outubro de 2017.