Gincana como estratégia de avaliação de Biologia Celular no Ensino Médio

Ciências Biológicas – INBIO

ANDRADE, L. R.

FERREIRA, S. R. S.

Palavras-chave

Ensino de Biologia; Atividades em grupo; Jogos.

 

  1. INTRODUÇÃO

A abordagem de conteúdos sobre Biologia Celular e Molecular dentro do Ensino Médio está presente dentro dos tópicos dos livros didáticos e da formulação das ementas distribuídas para os estabelecimentos de ensino. Com isso, o currículo escolar deve ser debatido para que a escola desempenhe seu papel fundamental de formar cidadãos capazes de terem noção de mundo e de conhecimentos básicos (KRASILCHIK, 2004), fazendo com que a Biologia seja uma das ferramentas de maior importância para o estudante, contribuindo assim para que o indivíduo formado seja capacitado à pensar e analisar as aplicações feitas dentro da sala de aula, transpondo-as ao seu cotidiano.

Orlando et al. (2009), salientam que esses conceitos que podem ser por muitas vezes abstratos e possuírem uma certa dificuldade pelo fato de serem assuntos microscópicos, tendem a serem idealizados de forma com que só consigam serem trabalhados com a ajuda de laboratórios bem equipados, ou o básico para uma aula prática. As condições de infraestrutura de diversas escolas públicas espalhadas pelo Brasil mostram uma realidade diferente da imaginada, fazendo com que os professores procurem formas alternativas para desenvolverem esses tópicos dentro da escola.

A gincana entraria em uma dessas formas alternativas para se desenvolver e reforçar alguns assuntos mais difíceis, no caso desse trabalho foi abordar as organelas e compostos de células animais e vegetais para os alunos de primeiro ano do Ensino Médio de uma escola pública localizada no centro de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil.

 

  1. METODOLOGIA

A metodologia foi aplicada em 8 salas do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola estadual de Campo Grande, MS e começou com a preparação previa das perguntas sobre o conteúdo de Biologia Celular, em que o professor já havia abordado de forma teórica dentro da sala de aula. A gincana teve como objetivo ser uma ferramenta de análise diagnostica para o professor de como os alunos conseguiram assimilar e entender o conteúdo proposto, e para os alunos teve como finalidade uma revisão do assunto trabalhado dentro da aula, aplicando de forma concomitante os conhecimentos gerados, com a aplicação dos mesmos. A sala foi separada em dois grupos mistos e com número de integrantes iguais ou parecidos, sendo uma competição de times, mas também gerando alguma pontuação para cada aluno individualmente. Dessa forma o time com o maior número de acertos ganharia um número de pontos em uma das atividades avaliativas (prova mensal, bimestral, etc.) e o time com menor número de acertos ganharia esses pontos também, contudo com um valor um pouco inferior ao do outro time, assim os dois grupos ganhariam pontos mesmo com mais ou menos número de acertos.

 

  1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos dessa atividade baseada no ensino-aprendizagem foram interessantes, pois o professor pode observar qual era os pontos em que os alunos possuem maior dificuldade de entendimento, podendo assim desenvolver outros métodos dentro da sala de aula para explicar o conteúdo, fazendo-o transpor esses conhecimentos de forma correta. E para os alunos foi valiosa a forma como eles conseguiram transportar esse aprendizado da teoria para um jogo, ajudando também nos reforços mentais para a memória e assimilação sobre tais assuntos. Fazendo uma análise final de como Celso Antunes (2001), aponta que “Jogos valiosos são os que despertam interesse e envolvem progressos expressivos no desempenho dos participantes.

 

  1. CONCLUSÃO

A proposta de gincana que foi levada para essa escola serviu como um teste de proposta simples e fácil que pode ser realizada dentro de qualquer escola, mostrando a nós alunos de graduação a capacidade de desenvolver tal assunto quando estivermos na profissão de professor. Reproduzir tal prática com os alunos nos traz como resposta a assimilação de conteúdos ditos como difíceis de serem falados e discutidos dentro da sala de aula, realizando assim um estímulo e abrindo um leque de possibilidade nos estudantes para levarem tais tópicos para fora da escola, ao âmbito familiar, por exemplo, disseminando o conhecimento científico no cotidiano da sociedade. A experiência de se levar uma nova proposta para dentro da sala de aula foi de grande satisfação, pois foi a primeira aplicação dessa prática para o grupo envolvido e deu resultados que foram significativos.

O fato de produzir algo diferente para instigar o interesse dos alunos foi a nossa principal preocupação, e também a dificuldade em se trabalhar algo que pra eles continua muito abstrato sempre é um desafio. Por conta desses fatores, a possibilidade de gincana com os alunos é algo que não se encaixa só para o ensino de Biologia Celular, e sim para outras áreas da biologia, e até de forma interdisciplinar com o apoio do corpo de professores e da escola, interligando assuntos e conteúdos que são importantes ser estudados de forma conjunta, trazendo uma visão ampla sobre as ligações das disciplinas aprendidas na escola e a conexão com a sociedade.

 

  1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Editora Vozes Limitada, 2011.

BORGES, Regina Maria Rabello; LIMA, VM do R. Tendências contemporâneas do ensino de Biologia no Brasil. Revista electrónica de Enseñanza de las Ciências, v. 6, n. 1, p. 165-175, 2007.

DANTAS, Adriana Pricilla Jales et al. IMPORTÂNCIA DO USO DE MODELOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE CITOLOGIA.

DE SOUZA SILVA¹, Cleber; PENIDO¹, Maria Cristina Martins. Uma leitura sobre problematizações no ensino de ciências.

DELLA JUSTINA, Lourdes Aparecida; FERLA, Marcio Ricardo. A utilização de modelos didáticos no ensino de genética-exemplo de representação de compactação do DNA eucarioto. Arquivos do Museu Dinâmico Interdisciplinar, v. 10, n. 2, p. 35-40, 2013.

KRASILCHIK, Myriam. Prática de ensino de biologia. Edusp, 2004.

ORLANDO, Tereza Cristina et al. Planejamento, montagem e aplicação de modelos didáticos para abordagem de biologia celular e molecular no ensino médio por graduandos de ciências biológicas. Revista de Ensino de Bioquímica, v. 7, n. 1, p. 1-17, 2009.