O USO DOS NÚMEROS DECIMAIS NO COTIDIANO

Matemática – CPTL

OLIVEIRA, I. C. M. (iza-caren@hotmail.com) [1]

DIAS, J. de A. (juliene.alburquerque@hotmail.com) [2]

CARDOSO, M. de S. (marcia.cardoso3012@outlook.com) [3]

Resumo

Este trabalho apresenta uma atividade dinâmica para a aprendizagem de adição e subtração com números decimais, realizada por integrantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID)- Matemática/CPTL e aplicada para alunos do sexto ano de uma Escola Estadual Fernando Corrêa do município de Três Lagoas-MS, com intuito de alcançar uma aprendizagem matemática significativa dos alunos, para uma situação do cotidiano. Esta atividade trata-se de uma simulação de compra de produtos com o auxílio de encartes de supermercado e dinheiro fictício. Foi possível observar o desenvolvimento dos alunos com o sistema de compra, o manuseio do dinheiro, e a aprendizagem do conteúdo.

PALAVRAS CHAVE: educação matemática; lúdico; decimais.

Introdução:

Pudemos constatar com a nossa prática, a grande dificuldade que os alunos possuem na aprendizagem da matemática epor vezes, não entendem a importância dela no cotidiano. Uma das causas desse problema pode ser a falta de interesse, já que foi possível escutarmos queixas como: “Não gosto de matemática”, “Matemática é uma matéria muito chata”, “Por que tenho que aprender isso?”, e muitas outras afirmações negativas.

Por conta disso, buscamos uma forma diferente para o ensino de um conteúdo básico e fundamental da matemática, a adição e subtração com números decimais, visando uma aprendizagem clara e objetiva que despertasse o interesse dos alunos. E mediante as pesquisas realizadas, elaboramos e aplicamos uma atividade lúdica, com o recurso de encartes de supermercado e dinheiros fictícios, trazendo uma assimilação do assunto abordado com o cotidiano para os alunos.

Objetivos gerais:

Alicerçar o ensino e aprendizagem dos alunos, por meio de uma atividade lúdica, a disciplina de adição e subtração com números decimais;
Estimular o gosto pela matemática, usando uma forma diferenciada de apresentar o conteúdo.

Objetivos específicos:

Interligar um conteúdo da matemática fundamental ao cotidiano do aluno;
Mostrar a importância do estudo da matemática para o dia a dia;
Apresentar e aplicar o sistema de compras;
Orientar o manuseio adequado do dinheiro.

Referenciais teórico-metodológicos

Em experiências anteriores, por vezes, aplicamos o ensino da matemática de forma metódica, utilizando somente teorias e aplicações de exercícios de resoluções mecânicas, o que acarretava em aulas cansativas e desestimuladoras. Com isso, ocasionalmente, pudemos observar que os alunos não tinham estima pelas aulas e apresentavam dificuldades para a compreensão dos conteúdos, o que acreditamos ser indispensável para uma aprendizagem adequada. Em razões desses problemas, buscamos outros meios para ensinar o imediato conteúdo de adição e subtração com números decimais da grade curricular.

Mediante a realização de estudos e pesquisas, optamos por trabalhar com uma atividade lúdica de clara compreensão e que tem como proposito ademais, estabelecer uma visível interação do assunto com o cotidiano.

O trabalho tem base nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática (BRASIL, 1997, p. 19), onde é possível notar a importância de inserir a teoria de um assunto matemático no dia a dia, veja a pauta:

— A aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado; apreender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe vê-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos. Assim, o tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques e numa rígida sucessão linear deve dar lugar a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas. O significado da Matemática para o aluno resulta das conexões que ele estabelece entre ela e as demais disciplinas, entre ela e seu cotidiano e das conexões que ele estabelece entre os diferentes temas matemáticos.

O trabalho baseou também na seguinte citação, de acordo com o GESTAR I – MATEMÁTICA (BRASIL, 2007, p. 12):

[…] a situação didática proposta deve possibilitar à criança resolver problemas, isto é, a partir de situações do cotidiano, o professor deve buscar oportunidades de colocar a criança diante de um conceito matemático. Tal conceito vai servir como instrumento para resolver as questões envolvidas na situação.

A interação com o cotidiano deve ser formalizada para os alunos, como uma resolução de problema, ou seja, o aluno terá que pôr em prática seus conhecimentos matemáticos para desempenhar uma atividade dada, o que acontece na proposta desse trabalho. Se um indivíduo for realizar uma compra em qualquer estabelecimento comercial, no mínimo terá que ter em mente qual o preço que aproximadamente sua compra vai resultar, quanto irá gastar e quanto receberá de troco, se for o caso. Essas questões só serão respondidas, muitas vezes, se a pessoa souber realizar as operações com decimais.

Descrição da atividade:

Os recursos utilizados para realização desta atividade foram: encartes de supermercado e impressão de dinheiro fictício das notas de dois, cinco, dez e vinte reais, e das moedas de cinco, dez, vinte e cinco, cinquenta centavos e um real.

Figura 1. As cédulas e moedas fictícias

Fonte: Própria autora

Realizamos a seguinte atividade:

1) Entregamos os encartes de supermercado e atribuímos um valor de dinheiro para cada aluno, quantias como, por exemplo: R$ 21,90 e R$ 30,05;

2) Usamos a lousa para dispor os nomes dos alunos e a quantia de dinheiro concedida a cada um e estimulamos com a seguinte frase: “Vamos fazer uma compra?”;

3) Pedimos que escolhessem dois ou três produtos do folheto;

4) Entregamos uma tabela impressa para que anotassem os resultados, como a figura abaixo;

Figura 2. Tabela para resultados

Fonte: Própria autora

5) Pedimos que devolvessem os trocos, se existissem, utilizando o dinheiro fictício. Com isso, foi possível ensiná-los, além das operações com decimais, a valorização do dinheiro e a economia doméstica.

Sistematização:

Pudemos acompanhar a resolução das contas ainda com a atividade em andamento e prestamos suporte aos alunos quando necessário.

Figura 3. Alunos realizando o trabalho

Fonte: Própria autora

Ressaltamos que essa atividade precisa ser utilizada após a formalização da teoria, ou seja, o aluno já deve possuir conhecimento prévio dos números decimais e como manipulá-los corretamente nas operações de adição e subtração.

Esclarecemos para os alunos que os preços das somas dos produtos devem sempre ser menores ou iguais ao dinheiro destinado a fazer a aquisição das mercadorias.

Corrigimos as operações, conforme os alunos foram apresentando seus resultados na lousa. Esse passo foi muito importante para que eles pudessem ver e comparar suas soluções com os demais da turma. Além disso, formalizamos os passos para a realização das contas:

Para somarmos dois ou mais números decimais é preciso montar a conta posicionando um número em baixo do outro e dispor vírgula em baixo de vírgula. O resultado é chamado de soma ou total.
Para subtrairmos dois números decimais ou mais, devemos fazer da mesma forma que na adição, porém o minuendo deve ser sempre maior que o subtraendo. O resultado é chamado de resto ou diferença.

E finalizamos comentando para os alunos como uma atividade simples do dia a dia, como a compra em um supermercado, pode envolver tanta matemática.

Resultados e conclusões:

A seguir, imagens dos resultados e desenvolvimentos dos alunos na sala de aula:

Figura 4. Tabela com resultados

Fonte: Própria autora

No decorrer da atividade, os alunos conseguiram assimilar o conteúdo dentro da simulação construída, compreenderam a importância da matemática para esse afazer e para outras tarefas do cotidiano.

Os alunos mostraram mais entusiasmos na realização dessa atividade do que em aulas anteriores onde foi usada apenas listas de exercícios.

O uso das impressões dos dinheiros fictícios foi satisfatório, pois os alunos conseguiram compreender que existem variações de cédulas e moedas para compor uma única quantia, e mesmo assim saber usá-los da melhor forma.

Na resolução das operações, ocorreram erros, porém acompanhamos e corrigimos, dando espaço para os alunos organizarem seus pensamentos, formularem os conceitos já estudados anteriormente, efetuarem as operações novamente e desenvolverem seu próprio conhecimento no seu tempo.

Conclui-se então que, a atividade foi bem-sucedida por alcançar todas as expectativas almejadas.

Referenciais bibliográficas:

Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília. MEC/SEF, 2001.

http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/gestar/tpmatematica/mat_tp1.pdf (Acesso em 16 de outubro de 2017)

Programa Gestão da Aprendizagem Escolar GESTAR I – MATEMÁTICA, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, BRASIL, 2007.

[1] Bolsista do PIBID Matemática/CPTL.

[2] Bolsista do PIBID Matemática/CPTL.

[3] Bolsista do PIBID Matemática/CPTL.

[4] Profª. Drª. e Coordenadora do PIBID- Matemática/CPTL.